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Trabalhando a terra (Josué 5)

Comentário Bíblico / Produzido por Projeto Teologia do Trabalho
Bavaria 291629 620

A terra, é claro, era abundante para os padrões do Antigo Oriente Próximo. Mas as bênçãos da terra iam além do clima favorável, da água abundante e de outros benefícios naturais fornecidos pela mão do Criador. Israel também herdaria uma infraestrutura bem desenvolvida dos cananeus. “Dei a vocês uma terra que não cultivaram e cidades que vocês não construíram. Nelas vocês moram e comem de vinhas e olivais que não plantaram” (Js 24.13; cf. Dt 6.10-11). Mesmo a descrição característica da terra como uma “terra onde há leite e mel com fartura” (Js 5.6; cf. Êx 3.8) pressupõe algum grau de manejo de gado e apicultura.

Há, portanto, uma ligação inseparável entre terra e trabalho. Nossa capacidade de produzir não decorre apenas de nossa própria capacidade ou diligência, mas também dos recursos disponíveis. Por outro lado, a terra não trabalha sozinha. Pelo suor de nosso rosto devemos produzir o pão (Gn 3.19). Esse ponto é enfatizado com bastante precisão em Josué 5.11-12. “No dia seguinte ao da Páscoa, nesse mesmo dia, eles comeram pães sem fermento e grãos de trigo tostados, produtos daquela terra. Um dia depois de comerem do produto da terra, o maná cessou. Já não havia maná para os israelitas, e naquele mesmo ano eles comeram do fruto da terra de Canaã”. Israel sobreviveu com o dom divino do maná ao longo de suas peregrinações no deserto, mas Deus não tinha intenção de tornar isso uma solução permanente para o problema da provisão. A terra deveria ser trabalhada. Recursos suficientes e trabalho frutífero eram elementos integrantes da terra prometida.

O ponto pode parecer óbvio, mas mesmo assim vale a pena ser mencionado. Embora às vezes Deus possa suprir milagrosamente nossas necessidades físicas, a norma é que nossa subsistência venha do fruto de nosso trabalho.