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O sofrimento de Paulo (At 20—28)

Comentário Bíblico / Produzido por Projeto Teologia do Trabalho
Acts pauls suffering acts 20 28

Paulo precisa de cada grama de coragem por causa dos pesados ​​sofrimentos que ele sabe que seu trabalho trará. “Em todas as cidades, o Espírito Santo me avisa que prisões e sofrimentos me esperam” (At 20.23), diz ele. Ele é sequestrado (At 21.27), espancado (At 21.30-31; 23.3), ameaçado (At 22.22; 27.42), preso muitas vezes (At 21.33; 22.24,31; 23.35; 28.16), acusado em processos (At 21.34; 22.30; 24.1-2; 25.2,7; 28.4), interrogado (At 25.24-27), ridicularizado (At 26.24), ignorado (At 27.11), sofre naufrágio (At 27.41) e é mordido por uma víbora (At 28.3). A tradição diz que Paulo acabou sendo condenado à morte por seu trabalho, embora isso não seja relatado em nenhum lugar da Bíblia.

A liderança em um mundo quebrado implica sofrimento. Qualquer um que não aceite o sofrimento como um elemento essencial da liderança não pode ser líder, pelo menos não como Deus deseja. Nisso vemos outra refutação radical do sistema de clientelismo romano. O sistema romano é estruturado para isolar o patrício do sofrimento. Somente os patrícios, por exemplo, tinham o direito de escapar de violações corporais, como vemos quando o status de Paulo como cidadão romano (um patrício, embora de uma casa de um só membro da família) é a única coisa que o protege de um açoitamento arbitrário (At 22.29). Paulo, no entanto, abraça o sofrimento corporal, junto com muitas outras formas, como a necessidade de um líder no caminho de Jesus. Hoje, podemos procurar nos tornar líderes pela mesma razão pela qual os homens da Roma antiga procuravam exercer o patronato — para evitar o sofrimento. Podemos ter sucesso em ganhar poder e talvez até em nos isolar das mazelas do mundo. Mas nossa liderança não será capaz de beneficiar os outros se não aceitarmos a dor em nós mesmos, em maior ou menor grau. E, se nossa liderança não beneficia os outros, não é o tipo de liderança de Deus.